Por que conhecer a Psicologia das Cores é importante para a criação de marcas e artes de sucesso? Quando falamos de material impresso, estamos falando de comunicação visual, e a característica primária a ser percebida em uma imagem é a cor.
Ela definirá o quanto o material será percebido e o impacto que causará àqueles que o percebem, por isso é importante entender como cada uma das tonalidades influencia na comunicação da sua ideia e como o significado das cores ajuda na compreensão deste processo criativo.
MAS O QUE É COR?
Existem três tipos de estudos sobre a cor: cor luz (RGB), cor pigmento (CMYK) e a psicologia da cor.
Na “cor pigmento” se estuda como as cores em forma de tinta se misturam para gerarem outras, na qual a soma de todas as cores primárias gera o preto.
Já a “cor luz” é o fenômeno físico da onda luminosa que bate no objeto e uma parte não é absorvida, refletindo até os nossos olhos que identificam as matizes cromáticas (azul, amarelo, vermelho, etc…) na qual estamos tão familiarizados. Cada uma das matizes tem seu próprio comprimento de onda e a soma delas gera o branco.
E O SIGNIFICADO DAS CORES?
Cada matiz tem um comprimento de onda específico e assim ao ser captado por nossos olhos eles têm uma reação em nossa mente. As cores tem peso, movimento e forma baseados nesse comprimentos. Isso somado à construção simbólica em torno das cores, gera significados inconscientes conhecido como “psicologia das cores”.
O maior comprimento de onda é da matiz VERMELHA, fazendo dessa cor a mais instável tanto em forma, movimento e peso. Ela é uma cor inquietante e que lida com os nossos sentimentos mais instintivos, estando presente em situações de perigo na forma do sangue e do fogo. É o clássico exemplo das placas de PARE que precisam ser enxergadas com urgência, refletindo o perigo de seguir em frente.
A matiz complementar ao vermelho é o VERDE, fazendo suas características simbólicas serem opostas. Sendo assim, é a matiz cromática de maior estabilidade, trazendo equilíbrio e saúde.
O contato com a natureza causa tranquilidade, mas nunca pensamos que é por conta da cor verde predominante nas plantas (nunca pensamos em um deserto quando falamos em “entrar em contato com a natureza”, não é?). Mas apesar de sua estabilidade, o verde não é uma matiz NEUTRA, atributo que apenas os tons de cinza contemplam.
Com um comprimento de onda entre o vermelho e o verde, está o AMARELO. É uma matiz de movimento expansivo, peso leve e dá sensação de proximidade. Ainda com o calor do vermelho, mas sem toda a sua agressividade, a matiz amarela é alegre e otimista. Está bastante presente em materiais para crianças e famílias.
Já a matiz complementar do amarelo é o AZUL, tendo características opostas. Sua onda está entre as menores (mas não é a menor), dando à essa cor propriedade de introspectiva e pesada, simbolizando seriedade, profundidade e confiança. Está bastante presente em identidades visuais de empresas familiares e de tecnologia.
AGORA QUE APRENDI UM POUCO SOBRE O SIGNIFICADO DAS CORES, COMO APLICO NO MEU MATERIAL?
Para conseguir usar as cores de forma harmoniosa e condizente com a mensagem que se quer passar, é sempre importante ter em mente que nenhuma cor estará sozinha. Existem inúmeros estudos que compreendem essas combinações, mas para não errar pode-se utilizar uma relação de hierarquia de cores.
Primeiro pense no que a sua empresa, ou seu material, representa e deve ter como prioridade. Sua empresa é tradicional, bem estruturada e com tecnologia de ponta?
Tente cores frias (azul e roxo) para representar confiança. Você faz discursos e livros motivacionais? Talvez cores mais quentes (amarelo, laranja) tragam a alegria e o otimismo que resultará de seu trabalho.
Essas serão as cores PRINCIPAIS no material, não necessariamente em quantidade, mas serão as que deverão ganhar mais destaque.
Depois pense nas cores que não entrarão em conflito com a cor PRINCIPAL escolhida, ou que possam contrastá-la de alguma forma. Pense sempre na mensagem e na sensação que se quer passar com o material, esse contraste deve ajudar a enfatizar a sua escolha. Existem seis tipos de contraste entre as cores (ver imagem ao final):
Cores Puras
As cores puras são as matizes em suas cores mais vibrantes, ou seja, o mais saturada possível. Geralmente elas são contrastadas com preto e branco, pois cores totalmente saturadas tendem a vibrar demais. Esse contraste dá energia à cor, criando impacto à informação. Pode sugerir infância (arco-íris), criatividade, diversidade.
Claro e Escuro
Nesse contraste pode se usar um mesmo tom (monocromia), porém com mais preto ou branco em sua composição. Geralmente as cores escuras terão mais peso (parecendo mais distante), enquanto as claras parecerão mais leves (parecendo mais próximas), é bastante utilizado para criar a sensação de brilho e sombra. Pode dar a sensação de seriedade e elegância.
Quente e Frio
Contrastes de cores frias (azul, roxo, verde) e quentes (vermelho, laranja, amarelo) podem ser observados, por exemplo, em um pôr do sol. Cores frias tendem a ser mais pesadas e cores quentes a ser mais vibrantes, então isso deve ser pensado na hora de aplicá-las. Essa combinação pode dar a sensação de algo romântico, dramático e nostálgico.
Complementar e Simultâneo
Cores complementares, como já mencionados, são suas opostas no círculo cromático. Azul e amarelo, vermelho e verde, roxo e laranja. Quando essa combinação de tons é usada com mesma saturação e brilho, elas se destacam por sua completa oposição uma à outra.
No caso do complementar simultâneo, a combinação causa ilusão de ótica (movimento), pois as cores vibram muito intensamente quando juntas. Esse é um contraste que deve ser evitado na maioria dos casos. Ambos podem dar a sensação de frenesi, instabilidade e criatividade.
Saturação
Quanto mais próximo a cor está de um cinza, mais ela está “dessaturada”. Quando uma cor vibrante está combinada com uma acinzentada, ela cria contraste de saturação. Esse contraste costuma ser o mais sutil, dando a sensação de delicadeza, romance e calma.
Por último organize as cores que deseja utilizar em seu material atento às informações de forma que não atrapalhe a leitura, tenha legibilidade e dê mais destaque às informações principais e às imagens que estiverem na sua peça.
Agora que você sabe tudo sobre cores e seus significados, que tal pensar nisso da próxima vez que for desenvolver um material impresso? Desenvolvemos um infográfico para te ajudar nessa tarefa, nele existem dicas e sugestões de uso das cores dependendo do ramo de atuação da empresa e seu posicionamento. Vale a pena conferir, basta preencher o formulário abaixo:
Fontes:
Lilian R. Miller Barros, Cor no Processo Criativo (2009)
Luciano Guimarães, A Cor Como Informação (2006)